domingo, 31 de julho de 2011

COLUNA: Recomeçar

POR QUE RECOMEÇAR É ALGO TÃO DIFÍCIL?

Quando o curso da vida familiar é normal, tudo é mais fácil de resolver. Mas, quando acontecem fatalidades e/ou perdas é sempre difícil recomeçar.

Por que que os seres humanos nunca se preparam para a morte? 

Essa talvez seja a pergunta que se faz diante de situações delicadas - que ninguém está imune de vivenciar.

Por vezes, criamos fortes laços afetivos com pai, mãe, avó, tio... E isso nos faz bem, nos torna pessoas cada vez mais humanas, sensíveis. Não é verdade? E quando elas se vão, então? O que que acontece?

Pensamos que aquela pessoa que tanto amávamos não deveria ter morrido. Deus não podia ter feito aquilo conosco. Se oramos, louvamos, reconhecemos que ele é o nosso Senhor. Então, passamos dias e dias sem ânimo, sem querer nos alimentar.

A nossa condição humana não está preparada para lidar com as perdas e, muito menos, compreende a vontade de Deus para conosco e para com aqueles que já não estão em nosso meio.

E, quando se retorna ao curso da vida, novas barreiras começam a surgir, tribulações... Cada vez mais, forma-se uma bola de neve de problemas, decepções,...É. A vida não é tão fácil quanto se pensava, não é mesmo?

Pois é. Recomeçar não é algo tão fácil. Quem está de fora, quem nunca viveu e/ou sequer passou por situações desoladoras talvez ache fácil. “Ah, é só botar na cabeça que chegou o tempo de fulano ir morar no céu”, “Deixa de frescura”...

O amor é sentimento mais sublime num homem. E, é esse sentimento que nos faz sentir saudades, perceber o quanto “fulano” foi importante na minha vida e/ou na sua.

Temos que superar? –Sim. Mas, também temos que deixar fluir tudo aquilo que de bom se viveu com aquela determinada pessoa enquanto ela estive entre nós.

Só Deus nos conforta, só ele nós dá alento...E mais cedo ou mais tarde ele nos mostrará o por quê de sua decisão.

Deve-se apagar da memória os momentos difíceis, o sofrimento, a angústia...na memória só deve ficar as coisas boas.

É nesse momento que é essencial a ajuda familiar e dos amigos.

Portanto, deve-se respeitar a dor de quem perdeu algum ente querido. Porque só o tempo é que pode apagar o que de ruim aconteceu, ou ao menos amenizar a angústia e o sofrimento de quem ficou para ainda terminar sua missão enquanto em vida.

                                                                                                                                 LENILTON JUNIOR.