Sobre a importância da
autenticidade humana
O que te constitui como um ser
especial? O fato de você ser uma pessoa autêntica ou mera cópia da personalidade alheia?
LENILTON JUNIOR
Não precisa procurar muito para perceber que existem
pessoas a nossa volta cuja personalidade é ímpar, e pessoas que vivem se
espelhando em outras pessoas que nada acrescentam às suas vidas. Logo, discutir
sobre questões inerentes à construção da personalidade é algo muito oportuno,
visto que é importante saber com quem lidamos todos os dias: se são indivíduos
que conservam valores éticos, ou indivíduos que subvertem as regras de boa
convivência social, em prol de benefício pessoal. Acrescente-se, ainda, que
conhecer a personalidade dos colegas de trabalho facilita muito a boa
convivência e o respeito no local de nosso trabalho, pois minimiza maiores
desconfortos causados pela competitividade no mercado de trabalho, bem como a
falta de caráter.
Todos nós fomos gerados no ventre de nossas mães,
ou seja, todos nós viemos do mesmo local. Entretanto, aspectos ambientais, como
a cultura perpetuada de geração em geração, os laços familiares e, portanto, a transmissão
de valores, sejam eles de valor positivo ou negativo para a sociedade, nos
constituem como sujeitos únicos em meio a tantos outros. Mas acontece que, justamente
na relação com as demais pessoas em sociedade, alguns indivíduos identificam caminhos
mais fáceis para alcançar seus objetivos e, assim, acabam por desviar sua
conduta, constituindo o que denominamos de ameaças sociais, pois, certamente,
estes indivíduos farão o que estiver a seu alcance para obter o que desejam.
No ambiente de trabalho, especialmente, se faz
necessário conhecer a personalidade das pessoas que trabalham conosco, porque, uma
vez conhecedores de seu comportamento e de suas concepções sociais, políticas e
ideológicas, poderemos escolher a melhor forma de lidar com elas, de modo que não
representem uma ameaça para nós e, assim, seja possível alcançarmos juntos as
metas estabelecidas no nosso trabalho. Em outras palavras, haverá confiança e rendimento
dos funcionários contratados para desempenhar determinada tarefa, pois serão
minimizados os desconfortos da competitividade e, certamente, neutralizadas as ações
denunciadoras de falta de caráter.
Até mesmo no campo das relações essencialmente
interpessoais, pessoas de personalidade forte se destacam entre as outras que sequer
são percebidas, porque estas pessoas deixam transparecer muito sobre a sua
formação familiar e, portanto, sobre os valores ensinados por aqueles que lhes
criaram. Valores que se mantiveram conservados, mesmo diante das pressões sociais.
Pessoas como estas, sem dúvida, prosperarão em suas vidas vida e suas conquistas
serão sólidas, porque elas valorizam seus esforços e seus investimentos para conseguir
o que possuem. Em suma, estas pessoas entenderam que nada se consegue de forma
fácil nas suas vidas. Afinal, o que é mal adquirido, também é mal possuído.
Portanto, sejamos mais autênticos e corretos em
nossas atitudes e pensamentos. Se, por acaso, houver a necessidade de se espelhar
em alguém, que este suposto espelho de vida seja um bom exemplo de conduta
ética, pois quando fazemos más escolhas para nós mesmos, mesmo sem querer, acabamos
afetando a vida daqueles que são próximos a nós, bem como a vida das demais pessoas
que compõem a sociedade em geral. Tomo aqui o verso de Alberto Caeiro,
pseudônimo de Fernando Pessoa, como a melhor forma de ilustrar meu estado de
descontentamento para com as pessoas que não são autênticas e corretas em suas
atitudes e pensamentos: “Que triste não saber florir![1] ”.
[1] O verso em destaque faz parte do
poema E há poetas que são artistas,
de Alberto Caeiro, pseudônimo de Fernando Pessoa, s. d.