quinta-feira, 23 de julho de 2015

Sobre a importância da autenticidade humana
O que te constitui como um ser especial? O fato de você ser uma pessoa autêntica ou mera cópia da personalidade alheia?
LENILTON JUNIOR

Não precisa procurar muito para perceber que existem pessoas a nossa volta cuja personalidade é ímpar, e pessoas que vivem se espelhando em outras pessoas que nada acrescentam às suas vidas. Logo, discutir sobre questões inerentes à construção da personalidade é algo muito oportuno, visto que é importante saber com quem lidamos todos os dias: se são indivíduos que conservam valores éticos, ou indivíduos que subvertem as regras de boa convivência social, em prol de benefício pessoal. Acrescente-se, ainda, que conhecer a personalidade dos colegas de trabalho facilita muito a boa convivência e o respeito no local de nosso trabalho, pois minimiza maiores desconfortos causados pela competitividade no mercado de trabalho, bem como a falta de caráter.

Todos nós fomos gerados no ventre de nossas mães, ou seja, todos nós viemos do mesmo local. Entretanto, aspectos ambientais, como a cultura perpetuada de geração em geração, os laços familiares e, portanto, a transmissão de valores, sejam eles de valor positivo ou negativo para a sociedade, nos constituem como sujeitos únicos em meio a tantos outros. Mas acontece que, justamente na relação com as demais pessoas em sociedade, alguns indivíduos identificam caminhos mais fáceis para alcançar seus objetivos e, assim, acabam por desviar sua conduta, constituindo o que denominamos de ameaças sociais, pois, certamente, estes indivíduos farão o que estiver a seu alcance para obter o que desejam.

No ambiente de trabalho, especialmente, se faz necessário conhecer a personalidade das pessoas que trabalham conosco, porque, uma vez conhecedores de seu comportamento e de suas concepções sociais, políticas e ideológicas, poderemos escolher a melhor forma de lidar com elas, de modo que não representem uma ameaça para nós e, assim, seja possível alcançarmos juntos as metas estabelecidas no nosso trabalho. Em outras palavras, haverá confiança e rendimento dos funcionários contratados para desempenhar determinada tarefa, pois serão minimizados os desconfortos da competitividade e, certamente, neutralizadas as ações denunciadoras de falta de caráter.

Até mesmo no campo das relações essencialmente interpessoais, pessoas de personalidade forte se destacam entre as outras que sequer são percebidas, porque estas pessoas deixam transparecer muito sobre a sua formação familiar e, portanto, sobre os valores ensinados por aqueles que lhes criaram. Valores que se mantiveram conservados, mesmo diante das pressões sociais. Pessoas como estas, sem dúvida, prosperarão em suas vidas vida e suas conquistas serão sólidas, porque elas valorizam seus esforços e seus investimentos para conseguir o que possuem. Em suma, estas pessoas entenderam que nada se consegue de forma fácil nas suas vidas. Afinal, o que é mal adquirido, também é mal possuído.

Portanto, sejamos mais autênticos e corretos em nossas atitudes e pensamentos. Se, por acaso, houver a necessidade de se espelhar em alguém, que este suposto espelho de vida seja um bom exemplo de conduta ética, pois quando fazemos más escolhas para nós mesmos, mesmo sem querer, acabamos afetando a vida daqueles que são próximos a nós, bem como a vida das demais pessoas que compõem a sociedade em geral. Tomo aqui o verso de Alberto Caeiro, pseudônimo de Fernando Pessoa, como a melhor forma de ilustrar meu estado de descontentamento para com as pessoas que não são autênticas e corretas em suas atitudes e pensamentos: “Que triste não saber florir![1] ”.










[1] O verso em destaque faz parte do poema E há poetas que são artistas, de Alberto Caeiro, pseudônimo de Fernando Pessoa, s. d.