quarta-feira, 25 de julho de 2012

Coluna: Marionetes Sociais




QUANDO APRENDEMOS QUE O NOSSO  CARÁTER NÃO  FAZ TANTA  DIFERENÇA NA SOCIEDADE ATUAL

Nestes  dias em que não escrevi para esta coluna, pude  refletir um pouco sobre o valor que o TER e/ou o SER têm diante do CARÁTER . E, ao refletir sobre isto, pude  chegar a conclusão de que no campo dos interesses sociais  pouco importa se você é  educado, inteligente, crítico e, mais do que isso, tem caráter. O que interessa mesmo é se você tem  dinheiro e/ou ocupa lugar cobiçado socialmente.

A consideração  que antes pensávamos existir por alguém devido às suas benfeitorias  e conduta exemplar socialmente, por exemplo, agora  apresenta  outras facetas: A nossa sociedade (através dos que dela fazem parte) considera quem é mais influente  socialmente, porque a partir desta consideração (que se traduz em boas ações  em favor  do considerado) que ela visa conquistar algo em troca.  Não procurando conquistar  por seus próprios méritos  seu espaço na sociedade.

Não obstante disso, nas áreas de educação e pesquisa sempre prefere-se  dar vez e voz  a quem é e não quem quer alcançar algo na vida. Pois raras são as vezes em que aquele que nada tem (apenas o conhecimento adquirido através de muito esforço) é ouvido.  Quando na maioria das vezes,  são destes tipos de pessoas que saem  as maiores  descobertas  científicas.

É claro que  quem já dispõe de certa bagagem  de  experiências de vida pode saber melhor do que quem ainda está    no início  delas. Entretanto, é inegável que  devemos  escutar  o menos experiente para, só depois, julgar seu trabalho  ou sua  conduta social como  menos interessante do que a de um indivíduo A ou B.

Acontece que o jogo de interesses sociais é tão grande que, muitas vezes, acabamos por  esquecer  que foram das aprendizagens mais elementares da vida que  surgiram grandes personalidades,  e que o conhecimento mais  complexo só  ganhou esta configuração a partir do que  já conhecíamos em  termos de descobertas científicas e tecnológicas.

Além  disso, nos esquecemos também que status social não significa nada  na vida de ninguém. O que  importa  é o caráter  de cada um. Se utilizamos da ética e  da responsabilidade em nossas  atitudes  e se, acima de tudo, respeitamos  o nosso  próximo. A começar por oferecer-lhe  oportunidade  dele  ser o ator no palco da vida.

Se refletirmos nas sábias palavras de Jean-Jacques Rosseau "O homem é bom por natureza. É a  sociedade que o corrompe", veremos que dinheiro e fama não é tudo. E que,  o ego, apenas  direciona o homem para sua autodestruição.

Portanto, fica claro que precisamos  repensar sobre  nossas  práticas  sociais para  que esta  onda    de  competição social   não  acabe  por nos  transformar  em  indivíduos  sem   senso  humanitário,  controlados   por  falsas  ideologias, cujos  efeitos  já estão sendo bastante catastróficos.


Lenilton Junior.