terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Ano (novo) ou (novo) ano?

Queremos um ano (novo) ou um (novo) ano?

LENILTON JUNIOR

O motivo pelo qual resolvi escrever esta coluna foi o seguinte: Será que cada ano (novo) é, de fato, um novo ano?

Na cultura mundial, a cada doze meses inicia-se um novo ciclo, a partir do qual cerimônias religiosas, festividades e feriados se repetem. Mas, quanto à matéria humana, o que, efetivamente, muda? Será que desejos são feitos enquanto explodem no céu os fogos de artifício que anunciam um ano NOVO? Será que os problemas, as dificuldades do ano anterior são esquecidos, porque se reacendeu uma nova chama dentro de cada ser? A chama da felicidade, da prosperidade, do sucesso? Ou será que o ano NOVO chegou, mas os problemas ainda são VELHOS?

Acredito que cada ano novo deve ser, também, um novo ano. Mas depende de cada um tornar o ano de 2015 uma coisa ou outra.  Penso que, se nos foi dado mais tempo para viver aqui neste espaço que chamamos de terra, não devemos viver sob a ameaça dos problemas que nos afligem todos os dias. Não devemos nos culpar pelo objetivo não alcançado... Devemos SIM mudar o curso de nossas vidas, arrancando as raízes da impaciência, da ignorância, inércia, do desamor, da falta de diálogo, mas regando a semente da paciência, da humildade, da or(ação), do amor e do diálogo. A ética, a educação e a saúde (do corpo e da mente) são o resultado da interação entre as árvores que se desenvolverão a partir das sementes já citadas.

Interessa saber, ainda, que fundamental mesmo é a atividade reflexiva que deve ser feita a cada ano novo. As pessoas precisam parar e refletir sobre suas ações. Muitas vezes é preciso apenas reorientar a caminhada para negociar a felicidade e, então, de fato, se afirmar que se vive um novo ano.  Tudo depende do diálogo.

A falta de diálogo é o principal problema que tem afetado a convivência entre as pessoas e o que tem tornado cada ano novo em um ano velho. Muitos líderes (políticos, sociais, familiares) afirmam seu poder através de diferentes tipos de discurso, mas poucos ou nenhum deles ouve (sem preconceitos) o que os Outros têm a dizer e por que dizem de tal forma. Esta sim é a verdadeira busca por justiça e igualdade. Mas, se ninguém ouve ninguém, resulta a falta de respeito e a violação dos direitos humanos. Basta pensar sobre o que aconteceu em Paris, com os funcionários do Charlie Hebdo. No oriente médio com a instituição do ISIS, por exemplo.

Portanto, que cada novo ano não seja apenas um ano novo, mas sim uma nova etapa para reflexão do que precisa ser modificado para melhor atender as nossas expectativas e do que precisa ser mantido para continuar nos proporcionando bons momentos enquanto aqui ainda estamos.


Boas férias!