sexta-feira, 5 de junho de 2015


"Don't worry, be happy"

Lenilton Junior



Em tempos de profundo estresse, penso ser oportuno falar sobre a necessidade de "recarregar as baterias". Para isso, nada é  mais confortante que a nossa casa e o amor verdadeiro que emana daqueles que  estão à nossa volta.

O jardim com suas flores bonitas e cheirosas nos convida a estar em equilíbrio consigo mesmos e com o outro. Os adornos da entrada, traduzem a natureza da acolhida e o sentimento de carinho e proteção familiar. 

A sala de estar e a de jantar nos revelam duas coisas: de que modo lidamos com as atividades cotidianas e, também, como aproveitamos nossos momentos de lazer.

Nossos quartos consistem no que há de mais particular na vida em sociedade. É dentro deles que repousamos o nosso corpo, trocamos as nossas vestes, e o mais importante: É no quarto que lidamos  com o desafio de conhecer a nós mesmos: nossas partes pudendas, nossos desejos reprimidos, nossos anseios, nossos planos para alcançar tais anseios. No quarto também podemos perpetuar a espécie, ou seja, dar frutos - algo bastante comum à nossa natureza, e cuidar desse(s) fruto(s). 

No banheiro, higienizamos nosso corpo e, ao mesmo tempo, fazemos a manutenção da alma, pois é sábido que a água acalma e refresca o corpo abalado pelas preocupações em ebulição na nossa mente. Do mesmo modo, o cheiro do sabonete ou, ainda, as notas que compõem o nosso perfume nos impulsionam a efetuar novos laços de amizade, renovar os que já existiam ou, simplesmente, fazer com que o outro se sinta tão seduzido pelo perfume ou sabonete que queira estreitar cada vez mais a relação entre ele(a) e outra pessoa. É válido dizer que, semelhante a roupa, o cheiro que fica "agarrado" no nosso corpo diz muita coisa sobre quem somos, o que fazemos e como lidamos com a vida que temos.

Finalmente, chegamos a cozinha. É nela que, literalmente, "regarregamos nossa bateria", através da ingestão de carboidratos, proteínas e nutrientes indispensáveis à nossa sobrevivência. Além disso, a comida produzida na cozinha consegue reunir pessoas(de modo geral) em volta de uma mesa ou algo semelhante a isto para agradecerem a Deus pelo alimento e, inevitavelmente, discutir sobre o dia no trabalho ou, ainda, as situações adversas na jornada de cada um de nós. Pena que este momento em família está sendo negligenciado pela relação ainda conflituosa entre homem e tecnologia. Por falar em comida, não podemos nos esquecer do cheiro e do gosto café, da carne na panela, da  comida preparada pelas nossas mães - sábios anjos enviados por Deus.

Mas, nada disso tem valor e efeito para nós se não houver o ingrediente principal que nos ajuda a vencer o estresse do dia a dia: o amor. Sentimento tão sublime através do qual surgem outros, como o carinho, o cuidado, a cumplicidade, a fraternidade, a solidariedade e o respeito. Acrescente-se, também, que o amor é a força motriz para o diálogo.

Então, além de procurarmos refúgio no seio familiar para aliviar as pressões do dia a dia, é preciso, sempre, regarmos a semente do amor que já nasce dentro de nós. Aliás, também somos fruto do amor entre duas pessoas.