segunda-feira, 9 de maio de 2016

COLUNA

Somos aquilo que repetidamente fazemos

LENILTON JUNIOR 

Não existe máxima melhor para nos conceituar do que esta. O que nos define, de fato, são as nossas atitudes, nosso comportamento e a forma como solucionamos os problemas que surgem no nosso dia a dia.

Em tempos de profunda crise de valores morais, sociais e éticos, uma personalidade bem definida e ajustada conforme o respeito às diferenças sociais, culturais e étnicas, à diversidade de ideologias, ao amor ao próximo e também a si mesma parece não mais existir. Entretanto, conservar estes ideiais ou, ainda, amadurecê-los dentro de si é algo imprescindível para o nosso bem-estar e o bem-estar da coletividade.

Nossas atitudes nos definem na medida em que entendemos que estamos sendo monitorados pelos pessoas que nos rodeiam, mesmo que não nos demos conta. Quando apanhamos um papel do chão e o colocamos na lixeira, quando damos comida a quem tem fome, mas não tem dinheiro ou, ainda, quando simplesmente ajudamos alguém a atravessar a rua, estamos sendo avaliados pelos traseuntes, pelas demais pessoas que não foram solidárias com o mendigo e/ou também pelos que nos assistem ajudar a pessoa a atravessar a rua.

Do mesmo modo, podemos afirmar que nosso comportamento é um dos critérios que nos definem, pois quando somos amáveis com um familiar ou, até mesmo com um amigo, isto tem um significado simbólico muito grande para aqueles que nos observam, mesmo sem percebermos. Nessa mesma direção argumentativa, podemos dizer que se somos agressivos, mal-humorados, pessimistas, nossa imagem social é avaliada de forma negativa.

Mas é preciso entender que a personalidade de cada um se define conforme as experiências vividas, sejam elas positivas ou negativas. E aqui cabe abrirmos um parêntese com relação a matéria de nossa discussão: o que estamos discutindo não é a necessidade que cada um supostamente tenha de agir ou comportar-se conforme o padrão X ou Y de atitude ou comportamento. Estamos discorrendo apenas sobre como definimos quem somos. É válido lembrar que, se vivemos de forma honesta e justa, não precisamos de modelos sociais, porque já somos modelos.

Finalmente, é interessante perceber que a forma pela qual resolvemos nossos problemas cotidianos também nos define como pessoa, pois existem indivíduos que lidam com mais tranquilidade diante dos problemas e existem, também, aqueles que querem resolver seus problemas de imediato. Disso podemos tirar suas conclusões: aquele que resolve seus problemas de forma serena, consegue  refletir melhor sobre cada uma dessas experiências, enquanto que aquele que não consegue analisar as questões que o afligem certamente continuará a enfrentar mais problemas, dentre eles problemas de saúde.

Na verdade, precisamos nos entender para que, então, sejamos capazes de entender os outros.

Então, é preciso que sempre façamos uma avaliação de nossas atitudes e comportamentos na tentativa de nos tornamos pessoas melhores cada dia mais. Melhores consigo e com aqueles que fazem parte do nosso ciclo de amizade. Em outras palavras, precisamos exercitar mais a atividade reflexiva, buscando (re)pensar nos valores sociais, morais, éticos, espirituais e amorosos etc.