quarta-feira, 16 de novembro de 2016

"Compreender a marcha e ir tocando em frente"
Como compreender a marcha da vida e tocá-la em frente?
LENILTON JUNIOR

O trecho da música de Almir Sater que é título desse artigo não foi utilizado despropositadamente. Ele consegue exprimir o que efetivamente nós buscamos dia após dia: compreender a marcha da vida e tocá-la em frente. Mas como conseguir tal objetivo?

Se algumas vezes erramos e algumas vezes também acertamos, estamos no caminho certo. Não existe fórmula certa para que nossas escolhas na vida sempre sejam certas.  É preciso errar para acertar depois. Do mesmo modo, é preciso pensar que estamos fazendo o certo, mesmo que erremos depois.

Se entendermos por marcha o passo que é dado por homens e animais - que aqui foi utilizado para personificar a palavra vida, logo chegaremos à conclusão de que esse passo varia conforme a situação vivenciada especialmente pelos homens em diferentes momentos de suas vidas.

Nesse sentido,  existem fases da vida em que nossos pensamentos parecem não   ser coerentes com nossas ações ou, ainda, momentos em que ações de outras pessoas influenciam de tal modo nossos pensamentos que, por vezes, precisamos de tempo para lidar com mudanças tão rápidas em nós mesmos.

A marcha da nossa vida, como toda e qualquer marcha, somos nós que colocamos. Nós podemos acelerá-la ou diminuí-la. Podemos até perdê-la. Por isso, precisamos prestar muita atenção ao contexto em que esse tipo de ação é executado.

A atividade reflexiva - não a paranoia - pode ser uma aliada significativa para nos ajudar a tomar decisões importantes e "ir tocando em frente", pois somente assim ficará mais fácil perceber o que precisa ser mantido e o que precisa ser repensado em nossa vida pessoal e profissional.

Segmentar em duas partes o todo significativo que é a vida - vida pessoal e vida profissional - também é uma atitude típica do exercício da maturidade no recinto de trabalho e fora dele. (Re)significar a marcha é imprescindível para dar continuidade a vida.

Se a força motriz da vida acaba, a marcha não funciona como deveria.  Aliás, nem haverá marcha. Entendamos por força motriz aquilo que nos impulsiona, que mantém algo em pleno funcionamento. Utilizamos aqui o termo força motriz também propositadamente, uma vez que, no campo da física, esse tipo de força é obtido através de agentes naturais que transmitem movimento para maquinário. É mais ou menos isso o que estamos nos tornando, não é?

Precisamos nos lembrar que somos demasiadamente humanos. Assim, lembremo-nos de que nosso corpo precisa de agentes naturais para VIVER. Entretanto, para viver não precisamos de muita coisa. Para viver precisamos de amor, respeito, solidariedade e tantas outras boas ações.

Portanto, como diria Fernando Pessoa, navegar é preciso. Temos que compreender que a graça da marcha da vida é ter liberdade para manipulá-la. Fomos e ainda somos educados para trabalhar  - acreditem que isso é verdade  -, entretanto,  é urgente entender que trabalhamos para viver e não o contrário.