QUANDO
APRENDEMOS QUE O NOSSO CARÁTER NÃO FAZ TANTA
DIFERENÇA NA SOCIEDADE ATUAL
Nestes dias em que não escrevi para esta coluna,
pude refletir um pouco sobre o valor que
o TER e/ou o SER têm diante do CARÁTER . E, ao refletir sobre isto, pude chegar a conclusão de que no campo dos
interesses sociais pouco importa se você
é educado, inteligente, crítico e, mais
do que isso, tem caráter. O que interessa
mesmo é se você tem dinheiro e/ou ocupa
lugar cobiçado socialmente.
A consideração que antes pensávamos existir por alguém devido
às suas benfeitorias e conduta exemplar
socialmente, por exemplo, agora
apresenta outras facetas: A nossa
sociedade (através dos que dela fazem parte) considera quem é mais influente socialmente, porque a partir desta
consideração (que se traduz em boas ações
em favor do considerado) que ela
visa conquistar algo em troca. Não procurando
conquistar por seus próprios
méritos seu espaço na sociedade.
Não obstante
disso, nas áreas de educação e pesquisa sempre prefere-se dar vez e voz
a quem é e não quem quer alcançar algo na vida. Pois raras são as vezes
em que aquele que nada tem (apenas o conhecimento adquirido através de muito
esforço) é ouvido. Quando na maioria das
vezes, são destes tipos de pessoas que
saem as maiores descobertas
científicas.
É claro que quem já dispõe de certa bagagem de experiências
de vida pode saber melhor do que quem ainda está no início
delas. Entretanto, é inegável que devemos
escutar o menos experiente para,
só depois, julgar seu trabalho ou
sua conduta social como menos interessante do que a de um indivíduo A
ou B.
Acontece que o
jogo de interesses sociais é tão grande que, muitas vezes, acabamos por esquecer
que foram das aprendizagens mais elementares da vida que surgiram grandes personalidades, e que o conhecimento mais complexo só
ganhou esta configuração a partir do que
já conhecíamos em termos de
descobertas científicas e tecnológicas.
Além disso, nos esquecemos também que status
social não significa nada na vida de
ninguém. O que importa é o caráter
de cada um. Se utilizamos da ética e
da responsabilidade em nossas
atitudes e se, acima de tudo,
respeitamos o nosso próximo. A começar por oferecer-lhe oportunidade
dele ser o ator no palco da vida.
Se refletirmos nas
sábias palavras de Jean-Jacques Rosseau "O homem
é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe", veremos que dinheiro
e fama não é tudo. E que, o ego,
apenas direciona o homem para sua autodestruição.
Portanto, fica
claro que precisamos repensar sobre nossas
práticas sociais para que esta
onda de competição social não acabe por nos
transformar em indivíduos
sem senso humanitário,
controlados por falsas ideologias, cujos efeitos
já estão sendo bastante catastróficos.
Lenilton Junior.
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