quarta-feira, 28 de junho de 2017

Sobre o desafio de ser professor no século XXI
O que é ser professor no século XXI? Qual o cenário da educação neste século? O que fazer para exercer o magistério de forma satisfatória?

LENILTON JUNIOR


Penso que ser professor no contexto atual é mais que optar por uma profissão com a qual se identifica. É aceitar o desafio de formar cidadãos críticos do espaço social em que estão inseridos, mesmo quando tudo corrobora contra esse objetivo. 

Sei que, diante do cenário de violência (física e verbal), falta de compromisso dos alunos com os estudos ou, ainda, falta de "educação doméstica", foram instituídos "muros" simbólicos que mantém alguns professores cada vez mais distantes de seus alunos problemáticos e, do mesmo modo, existem alunos que tem apatia pela figura do professor. No final das contas, a realidade entristece: temos professores que fingem que ensinam e alunos que fingem aprender os conteúdos. Entretanto, essa realidade precisa ser transformada.

Além do já exposto, ainda convivemos com colegas de profissão que desestimulados com seu alunos sequer fazem o planejamento de suas aulas, porque acreditam que todo o esforço será em vão. Mas, vamos pensar: se o professor não aproxima o conteúdo da realidade do aluno não só porque não planeja suas aulas, mas, também, porque prefere rotular seus alunos ao invés de tentar compreender a realidade deles e ajudá-los conforme suas possibilidades, temos um problema muito sério cujo progresso só irá aumentar a evasão escolar e, consequentemente, a falta de perspectiva dos alunos.

Finalmente, é necessário afirmar que muitos alunos recebem educação em todos os aspectos somente na escola. Lembremo-nos, pois das realidades diversas desses alunos: desestabilização familiar, falta de instrução de alguns pais e, ainda, falta de contato destes alunos com pessoas que os mostrem que eles podem superar as dificuldades por que eles passam e poder efetivamente sonhar com objetivos para realização pessoal e profissional. A escola, infelizmente, recebeu mais esta responsabilidade que é dos pais, mas o que fazer quando não se tem modelos familiares em que se pode apoiar? 

Portanto, é preciso continuarmos acreditando no poder da educação. Sabemos dos desafios que a realidade nos impõe, entretanto, se não reunirmos esforços para a superação deles, a tendência é nos depararmos amanhã com realidades ainda mais estarrecedoras do ponto de vista social, político, econômico e, até mesmo cultural.

Do meu humilde lugar de professor, confesso que, por vezes, a gente até acha que não há mais jeito para a geração Z. Todavia, quando refletimos sobre o passado dos alunos, compreendemos a importância de conhecê-los e nos tornarmos amigos deles, bem como fazê-los entender nosso lado. Óbvio que em uma turma numerosa, realidade de tantas escolas de nosso país, não é possível estabelecer relações de amizade com todos os alunos. Mas o fato de permanecermos acreditando ser possível transformar realidades tão preocupantes, muito embora seja a realidade de poucos, já é uma enorme contribuição social de nossa parte.

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